sábado, 4 de fevereiro de 2012

Saber olhar para trás...




É como olhar para o passado e ver um vulto negro
É como estar de olhos abertos, sentindo-se cego
E de olhos fechados, sentindo-se vivo...
Nos sonhos reside o passado não vivido
O passado não desfrutado
O sorriso não sorrido
O beijo jamais dado
A intenção de vida nunca concretizada
A saudade do que não se viveu é, possivelmente, a mais triste de todas as saudades
Porque não há cheiros para recordar
Não há palpitações do coração para ressentir
Não há imagens para colocar nos quadros da memória
A saudade do que nunca se teve é cortante
E vem naqueles momentos em que a gente preferia só seguir, em paz
Cortante
Relevante
Insistente
Tem saudade do nada quem planejou e não teve tempo de cumprir
Quem se apaixonou e não foi correspondido
Quem hesitou, desistiu e se arrependeu
Quem tentou, insistiu e mesmo assim, não conseguiu
...
No fundo e no fim, é sempre como uma folha em branco que não foi pintada, não teve arte nem colorido
Enfim, é o fim da esperança do presente vivo que a gente espera
É o não poder voltar para consertar
É toda a sensação de impotência no limite máximo
E faz a gente sentir-se pequeno, inútil, tolo, constrangido
Transforma o presente num constante empurrar, num constante vazio que não tem jeito de ser preenchido.

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